A Oração de Jesus por Seus Discípulos: Estudo Bíblico de João 17:1-26

Published On: 29 de maio de 2024Categories: Estudo Bíblico, João

O capítulo 17 do Evangelho de João é um dos mais profundos e significativos de toda a Bíblia, conhecido como a “Oração de Jesus pelos seus discípulos”. Neste capítulo, Jesus ora ao Pai momentos antes de Sua prisão, intercedendo por Si mesmo, pelos Seus discípulos e por todos os crentes futuros. Esta oração revela a intimidade entre Jesus e o Pai, a missão de Jesus e a preocupação Dele com a unidade e a santificação dos Seus seguidores.

Nesta passagem, podemos ver claramente o coração de Jesus e entender melhor Seu ministério e amor por nós. A oração é dividida em três partes principais: Jesus ora por Si mesmo (versículos 1-5), pelos Seus discípulos (versículos 6-19) e por todos os crentes (versículos 20-26). Vamos explorar cada uma dessas partes em detalhes para extrairmos as preciosas lições que elas contêm.

João 17:1: “Jesus falou assim, e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti.”

Jesus inicia Sua oração reconhecendo que “é chegada a hora”. Esta expressão indica que o momento culminante de Seu ministério terreno, Sua crucificação, estava prestes a ocorrer. Jesus pede ao Pai que O glorifique, referindo-se à Sua morte, ressurreição e exaltação. A glória de Jesus é inseparável da glória do Pai, pois através da obra redentora de Cristo, Deus é plenamente revelado e glorificado.

João 17:2: “Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.”

Aqui, Jesus reafirma Seu papel como o doador da vida eterna, um poder concedido pelo Pai. Ele enfatiza que a vida eterna é dada àqueles que o Pai Lhe deu, mostrando a soberania divina na salvação. Esta vida eterna não é apenas interminável, mas também uma qualidade de vida em comunhão com Deus.

João 17:3: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”

Jesus define a essência da vida eterna: conhecer a Deus e a Jesus Cristo. Este conhecimento não é meramente intelectual, mas um relacionamento íntimo e pessoal. O único Deus verdadeiro e Jesus, enviado por Ele, são inseparáveis na experiência da vida eterna.

João 17:4: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.”

Jesus afirma que glorificou o Pai através da completa obediência e realização da obra que Lhe foi confiada. Sua vida e ministério foram uma manifestação contínua da glória de Deus.

João 17:5: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.”

Jesus pede para ser restaurado à glória que Ele compartilhou com o Pai antes da criação do mundo. Este versículo destaca a preexistência e divindade de Cristo, reafirmando Sua natureza eterna e a íntima comunhão com o Pai.

João 17:6-8: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.”

Jesus revela que manifestou o nome do Pai aos discípulos, mostrando-lhes a verdadeira natureza de Deus. Eles pertenciam ao Pai e foram dados a Jesus, e, tendo recebido e guardado a palavra de Deus, reconheceram que Jesus veio do Pai.

João 17:9-10: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado.”

Jesus ora especificamente pelos Seus discípulos, destacando a distinção entre eles e o mundo. Ele enfatiza a unidade e a propriedade compartilhada com o Pai, onde tudo que pertence ao Pai pertence a Ele e vice-versa.

João 17:11-12: “E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai Santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.”

Jesus ora pela proteção e unidade dos discípulos, pois Ele está prestes a deixar o mundo. Ele pede ao Pai que os guarde, para que sejam um, assim como Ele e o Pai são um. Jesus menciona Judas, o filho da perdição, cuja traição cumpriu as Escrituras.

João 17:13-14: “Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.”

Jesus expressa Seu desejo de que Seus discípulos tenham Sua alegria completa, apesar das adversidades. Ele deu a eles a palavra de Deus, o que resultou no ódio do mundo, pois, como Jesus, eles não pertencem ao mundo.

João 17:15-16: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou.”

Jesus não pede ao Pai que retire os discípulos do mundo, mas que os proteja do mal. Ele reforça que eles não pertencem ao mundo, assim como Ele.

João 17:17-19: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.”

Jesus pede ao Pai que santifique os discípulos na verdade, que é a palavra de Deus. Ele os envia ao mundo, assim como foi enviado, e se santifica por eles, para que também sejam santificados na verdade.

João 17:20-21: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.”

Jesus estende Sua oração a todos os futuros crentes, desejando a unidade entre eles, assim como Ele e o Pai são um. Esta unidade serve como testemunho ao mundo da veracidade de Sua missão.

João 17:22-23: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.”

Jesus compartilhou Sua glória com os discípulos para promover a unidade perfeita. Esta unidade demonstra ao mundo o amor de Deus por eles e a missão de Jesus, a qual nós, cristãos, continuamos hoje.

João 17:24-26: “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim. E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.”

Jesus expressa Seu desejo de que os crentes estejam com Ele e vejam Sua glória. Ele reafirma o amor eterno do Pai e Seu conhecimento íntimo de Deus, comprometendo-se a continuar revelando o Pai aos crentes, para que o amor de Deus esteja neles.

Conclusão

A oração de Jesus em João 17 é uma das passagens mais profundas e significativas das Escrituras. Ela revela a íntima comunhão entre Jesus e o Pai, Sua missão de salvar a humanidade e Seu profundo amor por Seus discípulos. Ao orar pela glorificação, pela proteção, pela santificação e pela unidade, Jesus demonstra Seu cuidado e preocupação com os crentes de todas as eras.

Primeiramente, a glorificação de Jesus através de Sua obediência até a morte e subsequente exaltação é um tema central. Esta glorificação não é apenas uma honra pessoal, mas um meio pelo qual a glória de Deus é manifestada ao mundo. Em segundo lugar, a proteção divina é solicitada para os discípulos que permanecem no mundo, enfrentando oposição e ódio. Esta proteção não é uma remoção das dificuldades, mas uma segurança em meio a elas.

Além disso, a santificação pela verdade é destacada como essencial para os crentes. A palavra de Deus é o meio pelo qual somos santificados, separados para os propósitos divinos. Finalmente, a unidade entre os crentes é uma poderosa testemunha ao mundo. Jesus deseja que Seus seguidores experimentem a mesma unidade que Ele compartilha com o Pai, demonstrando ao mundo o amor e a verdade de Deus.

Por fim, a oração de Jesus é um modelo de intercessão, refletindo Seu papel contínuo como nosso Sumo Sacerdote. É um convite a buscarmos a mesma intimidade com Deus, a nos dedicarmos à Sua verdade e a trabalharmos pela unidade entre os crentes. Em um mundo dividido, a oração de Jesus é um chamado para sermos um em amor e propósito, refletindo a glória de Deus em nossas vidas.

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Written by : Ministério Veredas Do IDE

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