Ao lermos Hebreus 10:25 – “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia” – somos instigados a refletir sobre o momento em que erguemos nossas mãos fatigadas para aceitar Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas. Estamos apaixonados, vivendo o primeiro amor.
É exatamente nesse momento que participamos ativamente de todos os cultos, buscamos a presença de Deus, experimentamos seus milagres e vivemos o extraordinário. Anelamos estar presentes na casa do Pai, cultivando uma vida de oração e dedicação a Deus e às suas obras, integrando a leitura da Palavra em nosso cotidiano e convívio.
No entanto, somos lembrados de que não devemos nos deixar distrair, pois as distrações surgem para nos afastar do caminho, desse amor genuíno. Frequentemente, a rotina, o trabalho e as responsabilidades familiares nos consomem de tal forma que, inadvertidamente, nos encontramos em situações semelhantes ao profeta Elias na caverna.
E nesse momento de cansaço e tarefas, acabamos dizendo: “Hoje não vou no culto, vou no próximo”, e no próximo acabamos por dizer a mesma coisa, a ponto de não termos mais a sede de buscar a Deus. Já não falamos mais com Ele, a igreja já não faz falta. Nesse momento, olhamos para quem éramos quando estávamos vivendo o primeiro amor e quem nos tornamos. Já não reconhecemos nossa identidade. Surge a seguinte pergunta: como vencer o desânimo espiritual ou o desânimo total? Como retornar ao primeiro amor?
A Falta de Sede e o esfriamento espiritual
Segundo fontes da Universidade Tiradentes, mais de 70% do corpo humano é composto de água. Os médicos recomendam que uma pessoa tome 2 litros de água por dia, pois a falta de água pode desencadear vários problemas no funcionamento corporal. Aqui podemos refletir que inúmeras pessoas, pelo fato de não sentirem sede, acabam prejudicando o funcionamento dos rins e outras partes do corpo.
Embora tenhamos acesso à água seja ela na geladeira ou a um bebedouro, estamos adoecendo, pois o que nos falta é a sede. Podemos utilizar este exemplo para nossa vida espiritual: Jesus é a água da vida. Lembra quando Ele encontra a mulher de Samaria e diz algo tremendo: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:14).
A água está à nossa disposição, e temos acesso à água da vida através da oração, da busca constante pela presença e, principalmente, quando nos reunimos como igreja, como é declarado em Hebreus 10:25. Em algum momento, as distrações nos fazem perder a sede pelas coisas do reino, e essa falta de sede acaba por nos deixar enfermos e frios espiritualmente.
Buscando a Cura espiritual com a ajuda da igreja
Buscar ajuda é importantíssimo na caminhada cristã. Jamais devemos ter vergonha de pedir ajuda quando nos encontramos fracos ou enfermos espiritualmente falando. Lembre-se de que grande não é o soberbo, mas sim aquele que tem a humildade de pedir ajuda. Vencer o esfriamento espiritual exige que a comunidade de fé esteja atenta. Compartilho que existem ovelhas que darão sinais de que não estão bem, e cada um é responsável por ajudar. A Bíblia nos lembra disso em 1 Coríntios 12:20-22: “Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários.”
Imagine a igreja como um corpo humano. Se um irmão está enfermo, e essa enfermidade é equivalente ao dedinho da mão direita que está quebrado, será que só o dedinho sentirá essa dor, ou o corpo como um todo estará em uma sensação de desconforto?
Certamente, você respondeu que o corpo todo sentirá. Aqui entra o papel da liderança da igreja como a cabeça e dos membros que são responsáveis pela condução ao médico. O que quero exemplificar é que a liderança é a cabeça, e os membros são a membresia que a compõe. Todos são responsáveis por ajudar a esse irmão ou irmã a se reerguer. Todos são importantes para a obra de Deus e seu bom funcionamento. Veja que o problema era no dedinho da mão, porem outros membros do corpo foram importantissimos para que essa parte enferma do corpo fosse conduzida ao médico. Certamente, ninguém quer perder um membro de seu corpo, e tal pensamento deve ser o mesmo para com a obra de Cristo.
Não importa o cargo, se é um novo convertido ou uma alta liderança; nosso chamado é cuidar, tratar e erguer aquele que precisa, para que juntos possamos herdar o Reino dos Céus.
Que possamos olhar para nosso irmão da mesma forma como um pastor cuida de seu rebanho de ovelhas, observando seus comportamentos, identificando aquele que está necessitado de cuidados, e conduzindo-o por verdes pastos e águas tranquilas.
Como superar o desanimo e voltar ao primeiro amor?
Para superar o desanimo o desanimo é necessario reconhecer, pois é impossivel vencer o esfriamento espiritual sem o reconhecimento. Salmos 80 é um salmos maravilhopo, pois ao mesmo tempo em que o salmista declarsa: Faze-nos voltar, ó Deus, e faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos. Salmos 80:3 ele tambem reconhece a grandeza e soberania de Deus bem como os seus feitos. Essa deve ser a nossa oração e sulplica pedir a Deus para que possamos retornar ao primeiro amor, devemos seguir o conselho de que foi dado a igreja de Éfeso: Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Apocalipse 2:5
Nos momentos de desânimo espiritual devemos refazer nossa rota, olhar para trás e entender oque fizemos de errado, para chegarmos ao desanimo e deixarmos de lado as primeiras obras. Devemos buscar o arrependimento sincero, o retorno às práticas espirituais genuínas e a busca contínua pela presença divina podem reavivar a chama que um dia queimou intensamente. Precisamos deixar ser tratados e precisamos nos tratar, pois tambem devemos buscar a Deus em nosso particular.
Esfriamento espiritual sintomas
O esfriamento espiritual é um fenômeno que pode se manifestar de diversas formas, impactando a conexão profunda entre o ser humano e sua comunhão com Deus. À luz das escrituras sagradas, podemos refletir sobre os sintomas desse esfriamento espiritual e como eles podem afetar a jornada de fé.
Nos ensinamentos bíblicos, encontramos referências à importância de manter o fervor espiritual, guardando o coração contra as influências que podem resfriar a chama interior. O apóstolo Paulo, em suas epístolas, adverte sobre os perigos de se desviar da verdadeira fé e cair na letargia espiritual. Em 2 Timóteo 4:3-4, ele escreve: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.”
Como já dissemos nos textos anteriores, o esfriamento espiritual pode se manifestar de maneiras sutis, como a negligência nas práticas espirituais diárias, a falta de entusiasmo ao buscar conhecimento divino e a frieza nas relações interpessoais dentro da comunidade de fé. A desesperança e a apatia espiritual podem se instalar lentamente, obscurecendo a luz da verdade divina que um dia iluminou o coração do crente. Outro sintoma evidente do esfriamento espiritual é a perda do senso de propósito e a busca por satisfação em fontes temporais e mundanas. A busca desenfreada por prazeres terrenos e a negligência das verdades eternas podem contribuir para o distanciamento do indivíduo de sua jornada espiritual.
Conclusão:
Diante do exposto nas passagens bíblicas e das reflexões sobre o esfriamento espiritual, percebemos que a jornada de fé é permeada por desafios constantes. A exortação em Hebreus 10:25 nos alerta sobre a importância de não negligenciarmos a comunhão e encorajamento mútuo, especialmente em tempos de desânimo espiritual.
A analogia da sede física com a sede espiritual ressalta a necessidade constante de buscar a fonte de água viva que é Jesus Cristo. O texto enfatiza que a água está à nossa disposição, mas muitas vezes perdemos a sede, resultando em enfermidade espiritual. O chamado à igreja como um corpo que cuida de seus membros reflete a responsabilidade coletiva de ajudar uns aos outros a superar os períodos de desânimo.
A cura espiritual é apresentada como um esforço conjunto, onde a humildade em pedir ajuda é fundamental. A liderança e os membros desempenham papéis cruciais no processo de restauração, agindo como instrumentos nas mãos de Deus para conduzir aqueles que estão enfraquecidos de volta à plenitude espiritual.
A questão de como superar o desânimo espiritual nos leva a um caminho de reconhecimento, arrependimento e retorno às primeiras obras. O Salmo 80 é citado como uma expressão eloquente desse reconhecimento e súplica por restauração. A exortação em Apocalipse 2:5 ressalta a importância de lembrar de onde caímos e nos arrependermos, mantendo viva a chama do primeiro amor.
Por fim, a descrição dos sintomas do esfriamento espiritual alerta para a necessidade de vigiar contra as influências que podem apagar a chama interior. A referência às advertências de Paulo em 2 Timóteo destaca a importância de permanecer fiel à sã doutrina e resistir às tentações que levam à letargia espiritual.
Assim, ao considerarmos o conjunto dessas reflexões, somos inspirados a buscar constantemente a renovação espiritual, a colaboração na comunidade de fé e a manutenção do fervor inicial, para que a jornada de fé seja marcada pela perseverança e crescimento contínuo na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.