Estudo Bíblico: Os Fariseus Formam Conselho para Matar Jesus (João 11:46-57)

Published On: 27 de maio de 2024Categories: Estudo Bíblico, João

O Evangelho de João 11:46-57, descreve um momento crucial na vida de Jesus Cristo. Após a ressurreição de Lázaro, um milagre que testemunha Seu poder divino, a tensão entre Jesus e as autoridades religiosas de Jerusalém chega ao ápice. Esse trecho nos revela as ações e intenções dos fariseus e do Sinédrio, que decidem tomar medidas drásticas contra Jesus.

Neste estudo bíblico, examinaremos detalhadamente cada versículo deste trecho, compreendendo o contexto histórico e teológico. Veremos como as Escrituras anteriores e posteriores iluminam o significado destes acontecimentos, revelando a profundidade da missão de Jesus e a resistência que enfrentou.

João 11:46 “Mas alguns deles foram ter com os fariseus, e disseram-lhes o que Jesus tinha feito.”

Os que testemunharam a ressurreição de Lázaro tinham uma escolha: acreditar em Jesus ou denunciar Suas obras aos líderes religiosos. Alguns, temendo ou rejeitando a mensagem de Jesus, optaram por informar os fariseus, um grupo influente e rigoroso na observância da Lei. Essa ação intensificou o conflito, pois os fariseus viam em Jesus uma ameaça à sua autoridade e às tradições judaicas.

João 11:47 “Então os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho e diziam: Que faremos? Porquanto este homem faz muitos sinais.”

Os líderes religiosos, incluindo os principais sacerdotes e fariseus, estavam em um dilema. Os sinais e milagres de Jesus eram inegáveis, mas, ao invés de aceitá-los como prova de Sua divindade, eles se preocupavam com a influência crescente de Jesus sobre o povo. A formação deste conselho demonstra a gravidade da situação e a determinação deles em encontrar uma solução que preservasse sua autoridade.

João 11:48 “Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação.”

Aqui, os líderes expressam seu medo de perder o controle político e religioso. Temiam que o crescimento da popularidade de Jesus pudesse provocar uma reação dos romanos, resultando na perda de suas posições e da autonomia limitada que desfrutavam. Essa preocupação reflete mais sobre seu desejo de manter o poder do que sobre uma verdadeira busca pela verdade espiritual.

João 11:49 “E Caifás, um deles, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis.”

Caifás, o sumo sacerdote, toma a palavra com uma postura autoritária, indicando que os outros líderes estavam sendo míopes em sua abordagem. Sua declaração sugere que ele acredita ter uma solução definitiva e prática para o “problema” de Jesus, evidenciando sua influência dominante no conselho.

João 11:50 “Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.”

Caifás profetiza sem perceber, referindo-se ao sacrifício de Jesus como necessário para salvar a nação. Embora ele estivesse pensando em termos políticos, seu comentário tem um significado teológico profundo. Jesus realmente morreria pelo povo, não apenas para preservar a nação de Israel, mas para oferecer salvação a toda a humanidade. Este versículo também ecoa Isaías 53:8, que fala do servo sofredor.

João 11:51 “Ora, ele não disse isto de si mesmo, mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.”

O versículo esclarece que as palavras de Caifás foram uma profecia divina. Mesmo sem compreender completamente, ele pronunciou uma verdade maior sobre a missão redentora de Jesus. Este momento ressalta como Deus pode usar até mesmo aqueles que se opõem a Seus planos para cumprir Seus propósitos.

João 11:52 “E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos.”

Aqui, João expande o significado da profecia de Caifás, mostrando que a morte de Jesus tinha um alcance universal. Através de Seu sacrifício, Jesus reuniria todos os filhos de Deus, judeus e gentios, em uma única família espiritual. Este conceito é reafirmado em Efésios 2:14-16, onde Paulo fala da união dos crentes em Cristo.

João 11:53 “Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem.”

Após a decisão de Caifás, o Sinédrio começou a planejar ativamente a morte de Jesus. Este versículo marca o início de uma conspiração deliberada para eliminar Jesus, mostrando a dureza de coração dos líderes que, em vez de se arrependerem, optaram por silenciar a voz que os desafiava.

João 11:54 “Jesus, pois, já não andava manifestamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a terra junto do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e ali permaneceu com seus discípulos.”

Jesus, ciente dos planos contra Sua vida, escolheu se retirar temporariamente para uma área mais segura, onde continuou a preparar Seus discípulos. Esta retirada estratégica não era um ato de medo, mas uma forma de cumprir o tempo determinado por Deus para Sua paixão e morte.

João 11:55 “Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muitos daquela região subiram a Jerusalém antes da Páscoa, para se purificarem.”

Este versículo estabelece o contexto temporal dos eventos, indicando que a Páscoa estava se aproximando. A Páscoa é um momento crucial, relembrando a libertação de Israel do Egito e simbolizando a futura libertação que Jesus traria através de Sua morte e ressurreição.

João 11:56 “Buscavam, pois, a Jesus, e diziam uns aos outros, estando no templo: Que vos parece? Não virá à festa?”

O povo, ciente da controvérsia em torno de Jesus, especulava sobre Sua presença na Páscoa. Este versículo mostra a expectativa e curiosidade em torno de Jesus, destacando Sua importância e a tensão crescente entre Ele e as autoridades.

João 11:57 “Ora, os principais dos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que, se alguém soubesse onde ele estava, o denunciasse, para o prenderem.”

Os líderes religiosos emitiram um mandado de captura para Jesus, indicando a seriedade de sua decisão de prendê-Lo. Esta ordem mostra a determinação dos fariseus e sacerdotes em eliminar Jesus, vendo-O como uma ameaça a ser neutralizada a qualquer custo.

Conclusão

A conspiração para matar Jesus, descrita em João 11:46-57, revela a profundidade da oposição que Ele enfrentou por parte dos líderes religiosos de Sua época. Eles estavam mais preocupados com a preservação de seu poder e posição do que com a verdade ou com os sinais miraculosos que testemunharam.

Este trecho nos desafia a refletir sobre como respondemos à verdade de Jesus em nossas próprias vidas. Somos tentados a preservar nosso conforto e status quo, ou estamos dispostos a abraçar a transformação que Ele oferece, mesmo que isso signifique enfrentar oposição?

Através da análise deste texto, percebemos que a oposição a Jesus não era apenas uma questão política, mas também espiritual. Os líderes religiosos resistiam à mensagem de Jesus porque ameaçava expor suas falhas e a necessidade de um Salvador.

Finalmente, a profecia involuntária de Caifás nos lembra que Deus está no controle, usando até mesmo a oposição para cumprir Seus propósitos divinos. A morte de Jesus foi um plano soberano para a salvação da humanidade, demonstrando o amor e a graça de Deus de uma maneira que transformou o curso da história.

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Written by : Ministério Veredas Do IDE

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