Muito se questiona sobre o porquê de Faraó ter mandado matar os primogênitos. Para compreendermos essa história, devemos voltar ao livro de Êxodo, capítulo 1.
No livro de Êxodo, vemos como Deus lidou com os filhos de Israel. Nessa época, José já havia morrido, e a perseguição ao povo de Deus pelos egípcios durou aproximadamente 200 anos.
Esse Faraó, que não conhecia José, provavelmente era Tutmés I. Contabilizando o tempo total que os israelitas passaram no Egito, chega-se a 430 anos. O povo de Israel viveu esses 430 anos no Egito sob um pesado e desigual jugo.
O povo de Deus deixou a terra do Egito exatamente no dia em que se completaram os 430 anos. Mas falaremos sobre a libertação em outro estudo.
O Medo de Faraó e o Plano Contra os Israelitas
Faraó mandou matar todos os primogênitos porque observou que o povo hebreu era mais numeroso e mais forte do que o seu próprio povo. Ele desenvolveu um plano para evitar que os israelitas se tornassem ainda mais numerosos.
A Palavra de Deus relata que Faraó acreditava que, se não fizesse nada para impedir esse crescimento, poderia haver guerra. Nesse caso, Israel se uniria aos inimigos, lutaria contra os egípcios e depois fugiria da terra.
O qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito, e mais poderoso do que nós. Eia, usemos de sabedoria para com eles, para que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra. (Êxodo 1:9-10)
Os egípcios nomearam capatazes para dirigir o trabalho do povo. Agora sob opressão, os israelitas construíram duas cidades que serviam como centros de armazenamento para Faraó: Pitom e Ramessés.
O plano de Faraó não estava dando certo. Quanto mais o povo de Deus era oprimido, mais se multiplicava e se espalhava. Isso deixava os egípcios ainda mais preocupados. Com isso, eles forçaram os israelitas a trabalhar com crueldade.
E puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. Porque edificaram a Faraó cidades-armazéns, Pitom e Ramessés. Mas quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam, e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza. (Êxodo 1:11-13)
Não bastando essa situação em que o povo de Israel se encontrava, Faraó, rei do Egito, ordenou às parteiras hebreias Sifrá e Puá que, ao ajudarem as hebreias no parto, matassem os bebês meninos se nascessem, mas deixassem viver as meninas.
Faraó não contava que as parteiras temiam a Deus. Elas se recusaram a obedecer à ordem do rei e deixaram os meninos viverem.
E disse: Quando ajudardes a dar à luz às hebreias, e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas se for filha, então viva. As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera, antes conservavam os meninos com vida. (Êxodo 1:16-17)
Deus foi bondoso com as parteiras, honrando-as. Assim, os israelitas continuaram a multiplicar-se e tornaram-se cada vez mais fortes.
Faraó deu uma nova ordem a todo o seu povo: lançar no rio Nilo todos os meninos hebreus recém-nascidos. Essa ordem valia apenas para os meninos; as meninas poderiam viver.
Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida. (Êxodo 1:22)
O Nascimento de Moisés em Meio à Perseguição
Em meio a essa turbulência que o povo de Israel vivia, um homem e uma mulher da tribo de Levi se casaram. Essa mulher engravidou e deu à luz um menino, que mais tarde seria o libertador do povo de Deus.
Aquele bebê era lindo, e sua mãe o escondeu por três meses. Quando não foi mais possível escondê-lo, ela pegou um cesto feito de juncos de papiro e o revestiu com betume e piche.
Aquela mãe, sem escolhas, acomodou o bebê no cesto e o colocou entre os juncos, à margem do rio Nilo.
O bebê tinha uma irmã que observava à distância, para ver o que aconteceria com ele no decorrer do percurso do rio. Nesse mesmo rio, a filha de Faraó desceu para tomar banho, enquanto suas servas caminhavam pela margem.
A filha de Faraó viu o cesto entre os juncos e mandou sua serva buscá-lo. Ao abrir, viu o bebê chorando e sentiu pena dele. Ela pensou que poderia ser um dos meninos hebreus e realmente era.
A irmã do menino, com grande coragem, se aproximou e perguntou à princesa se desejava que chamasse uma mulher hebreia para amamentá-lo.
Após a princesa concordar, a moça que era, na verdade, a irmã do bebê foi e chamou a mãe dele. A filha de Faraó fez um acordo com a mãe: levar o menino para amamentá-lo, recebendo salário por isso.
Quando o menino cresceu, a mãe o levou de volta à filha de Faraó, que o adotou como filho próprio. Ela lhe deu o nome Moisés, dizendo que o tirara das águas.
Então lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino, e criou-o. E, quando o menino já era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nome Moisés, e disse: Porque das águas o tenho tirado. (Êxodo 2:9-10)