Salmos 2 – Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão?

Published On: 20 de agosto de 2023Categories: Estudo Bíblico

O livro dos Salmos, um tesouro de louvores, orações e reflexões, contém um capítulo que resplandece com profecia e promessas grandiosas. O Salmos 2, com seu brilho singular, nos guia por uma jornada de entendimento sobre a soberania de Deus e o reinado do Messias. Nele, encontramos a visão de um Deus soberano que estabelecerá seu Rei sobre toda a terra. Vamos explorar os ricos detalhes deste Salmos em oito tópicos distintos.

A Revolta das Nações e o Desígnio Divino

O Salmo 2:1 nos leva a uma cena onde as nações e os povos se levantam em revolta contra Deus e Seu Ungido.“Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão?” É como se as pessoas estivessem tramando contra o próprio Criador e Seu plano soberano. No entanto, mesmo em meio a essa revolta, Deus permanece inabalável, mantendo Seu plano divino no controle.

O Salmos 2:4 retrata essa situação intrigante: “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles”. Imagine, o Deus todo-poderoso não se sente ameaçado pelas tramas humanas, pois Seu plano prevalecerá, independente da rebeldia humana. Isso nos leva a refletir sobre nossa própria atitude diante de Deus – nossas tentativas de desafiar Sua vontade muitas vezes parecem insignificantes à luz de Sua soberania.

Outros versículos bíblicos também revelam essa verdade. Em Isaías 46:10, lemos: “Eu faço conhecido o fim desde o princípio, desde a antiguidade, o que ainda virá” – Deus conhece e governa os eventos da história. Em Provérbios 19:21, somos lembrados de que “Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor”.

A revolta das nações é um lembrete de que, embora as pessoas possam se rebelar, Deus é aquele que governa acima de tudo. É uma oportunidade para reconhecermos nossa própria pequenez diante da grandeza de Deus e nos submetermos à Sua vontade soberana.

Outros versículos bíblicos que reforçam essa verdade incluem Isaías 14:24 “O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá; e, como determinei, assim se efetuará” e Isaías 46:10 “Declaro o fim desde o princípio e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade”.

A Instalação do Rei em Sião

No Salmo 2, encontramos uma visão extraordinária da instalação do Rei escolhido por Deus em Sião, o monte sagrado. O versículo 6 nos traz essa declaração grandiosa: “Eu mesmo consagrei o meu Rei sobre Sião, o meu monte santo”. Essa imagem simbólica de Deus coroando Seu escolhido em Sião é carregada de significado profundo.

Nesse contexto, “Sião” representa o lugar da presença de Deus, e o “monte santo” simboliza a santidade e majestade de Deus. A instalação do Rei sobre Sião é uma representação da autoridade divina sendo estabelecida sobre todas as coisas terrenas. Essa ideia de realeza divina também é enfatizada em outros lugares das Escrituras.

Em Hebreus 1:5, vemos uma conexão direta entre o Salmos 2 e Jesus: “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?”. Isso ressalta que Jesus é o cumprimento definitivo desse Rei mencionado no Salmo. Além disso, em Apocalipse 19:16, Jesus é descrito como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”, reforçando Sua autoridade suprema.

A instalação do Rei em Sião não é apenas um evento histórico, mas uma realidade espiritual em nossas vidas. Quando reconhecemos Jesus como nosso Rei e Senhor, permitimos que Ele governe nossos corações e direcione nossos caminhos. Essa instalação divina nos convida a nos submetermos à Sua autoridade e a encontrarmos a verdadeira esperança e segurança em Seu reinado.

O Domínio Universal do Messias

Somos conduzidos a um vislumbre inspirador do domínio universal do Messias, o Rei estabelecido por Deus. No salmo 2:8, lemos: “Pede, e Eu te darei as nações como herança, os confins da terra como tua propriedade”. Essas palavras ressoam com a promessa de que o domínio do Messias se estenderá para além de qualquer fronteira terrena.

Imagine, o próprio Deus oferecendo as nações como herança ao Messias! Isso nos revela a amplitude e a grandiosidade do plano divino. Essa promessa de domínio não se limita a um reino físico, mas transcende para um reino espiritual que abrange todas as esferas da vida.

Esse conceito é ecoado nas palavras de Jesus em Mateus 28:18, quando Ele declara: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. Essa autoridade não tem limites, e o Messias, que é Jesus, reina sobre todas as coisas.

Ao reconhecermos o domínio universal de Cristo, somos chamados a submeter todas as áreas de nossas vidas sob Sua autoridade. O domínio do Messias não é um domínio opressivo, mas um domínio de amor, graça e justiça. Encontramos segurança e esperança ao confiar no Rei cujo domínio se estende além das fronteiras do tempo e espaço, guiando-nos em cada passo de nossa jornada.

A Advertência aos Reis Terrenos

No Salmo 2:10, somos confrontados com uma advertência direta aos reis e governantes terrenos. Onde encontramos a seguinte declaração: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra”. Essas palavras carregam consigo um chamado à humildade e submissão diante da autoridade suprema de Deus.

A imagem de reis e governantes sendo exortados a serem prudentes e receberem advertência é um lembrete de que, embora possam ocupar posições de poder, eles ainda estão sujeitos à soberania divina. Afinal, todo poder terreno é derivado do poder divino.

O livro de Provérbios também traz essa ênfase na sabedoria divina como a base da verdadeira liderança. Provérbios 8:15-16 afirma: “Por mim governam os reis e os príncipes decretam justiça. Por mim governam os príncipes e os nobres, todos os juízes da terra”. A verdadeira sabedoria vem de Deus e é essencial para governar com justiça.

Essa advertência ressoa em nossas vidas hoje. Embora possamos não ser reis ou governantes, somos chamados a liderar com sabedoria e justiça nas esferas em que estamos envolvidos. Reconhecer a soberania de Deus sobre todas as coisas nos lembra que devemos buscar a direção divina em nossas decisões e ações, independentemente de nossa posição.

A Vitória Final sobre a Oposição

O Salmo 2:9 nos leva a contemplar a vitória final do Messias sobre toda a oposição. Deus proclama em versículos anteriores que estabeleceu Seu Rei em Sião, e essa instalação real resulta em triunfo. O versículo 9 nos revela: “Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro”.

Essas imagens simbólicas ilustram a irresistível autoridade e poder do Messias sobre aqueles que se opõem a Ele. Essa vitória é certa, não importa quão forte seja a resistência. Aqueles que se opõem ao governo do Messias serão desfeitos como um vaso de barro quebrado.

Em Apocalipse 19:11-16, vemos essa vitória retratada quando Jesus retorna como “Aquele que julga e guerreia com justiça”. Ele vence a batalha final contra o mal e estabelece Sua autoridade de maneira irrevogável.

Essa verdade nos traz consolo e esperança. Embora enfrentemos desafios e oposição em nossas vidas, podemos confiar que a vitória de Cristo prevalecerá. Nossas lutas não são em vão, pois servimos a um Rei que já conquistou a maior batalha. Isso nos encoraja a permanecer firmes na fé, sabendo que a vitória final já está garantida em Cristo.

A Chamada à Submissão e Adoração

O Salmo 2:10-11 nos convoca a uma resposta de submissão e adoração diante do Rei divino. Somos instruídos: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos com tremor”.

Essa chamada à submissão não é apenas para os reis e juízes, mas para todos nós. Ela nos recorda que, embora Deus seja o Soberano supremo, somos chamados a servi-Lo com reverência e alegria. O temor e o tremor mencionados não são de medo, mas de respeito profundo e reverência por um Deus todo-poderoso.

Jesus reforçou essa ideia em Lucas 9:23, quando disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me”. A submissão a Cristo exige negar nossos próprios interesses e seguir Seu exemplo.

A adoração também é uma resposta natural a esse chamado à submissão. Reconhecendo a majestade e autoridade de Deus, nos humilhamos perante Ele em adoração. Em João 4:23-24, Jesus disse: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são esses que o Pai procura para seus adoradores”. A verdadeira adoração é uma expressão de nosso amor e submissão a Deus.

Portanto, a chamada à submissão e adoração nos convida a render nossas vidas ao Rei divino, reconhecendo Sua soberania e entregando-nos a Ele em devoção sincera.

A Bem-Aventurança dos que se Refugiam em Deus

O Salmo 2:12 também nos revela a bem-aventurança daqueles que buscam refúgio em Deus e em Seu Filho. No versículo 12, lemos: “Bem-aventurados todos os que nele se refugiam”.

Essa bem-aventurança está diretamente ligada à decisão de buscar abrigo em Deus, reconhecendo Sua autoridade e poder. Refugiar-se em Deus significa confiar Nele como nosso protetor, guia e provedor. Isso nos traz segurança e paz, mesmo em meio às tempestades da vida.

Em Mateus 11:28-30, Jesus convida: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas”. Encontramos verdadeira bem-aventurança ao nos rendermos a Cristo e encontrarmos descanso Nele.

Além disso, em Salmos 91:1-2, lemos: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio”. A bem-aventurança está naqueles que escolhem fazer de Deus o seu refúgio e confiam em Sua proteção.

Em meio às incertezas e desafios da vida, somos abençoados ao nos refugiarmos em Deus. Ele é nosso abrigo seguro e nossa fonte de força. Ao colocarmos nossa confiança Nele, experimentamos a verdadeira bem-aventurança que só Ele pode oferecer.

O Cumprimento em Cristo e Além

Ao estudarmos o Salmo 2, é impossível não perceber que ele encontra seu cumprimento definitivo em Cristo e aponta para um futuro glorioso além do presente. Este Salmo não é apenas uma profecia distante, mas uma realidade viva e contínua que continua a se desdobrar em nossas vidas.

O versículo 7, onde Deus diz: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”, encontra seu cumprimento mais pleno em Jesus Cristo. No batismo de Jesus, Deus o proclama como Seu Filho amado (Mateus 3:17), e também na transfiguração, quando uma voz dos céus diz a mesma verdade (Mateus 17:5).

Além disso, a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado, Sua ressurreição e ascensão, cumprem a promessa de autoridade e domínio universal estabelecida no Salmo. Em Efésios 1:20-22, Paulo escreve sobre Jesus: “Ele a exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro”.

A promessa de um reino eterno, um reino que jamais terá fim, é retratada em Apocalipse 11:15: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos”. O Salmo 2 encontra seu clímax na consumação dos tempos, quando o reinado de Cristo será manifesto em toda a sua glória.

Portanto, o Salmo 2 não é apenas uma narrativa histórica, mas uma mensagem atemporal que continua a nos chamar à submissão, adoração e refúgio em Deus. Ele nos aponta para o cumprimento final em Cristo e nos inspira a ansiar pelo dia em que veremos Seu reino plenamente estabelecido. Enquanto esperamos, somos convidados a viver com confiança, sabendo que o Rei dos reis e Senhor dos senhores reina supremamente sobre todas as coisas.

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Written by : Ministério Veredas Do IDE

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